sábado, 18 de novembro de 2006

Confie em JESUS.

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação, que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus. Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em, nós., assim também a nossa consolação sobeja por meio de Cristo.
2 Coríntios 1.3-5

Exultai, ó céus, e alegra-te tu, terra, e vós, montes, estalai de júbilo, porque o SENHOR consolou o seu povo e dos seus aflitos se compadecera.
ISAÍAS 49.13

Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
Hebreus 4.15

Jesus chorou.
João 11.35

Você já tentou convencer um rato a nào se preocupar? Já teve sucesso ao apaziguar o pânico de um roedor? Em caso afirmativo, você é mais sábio do que eu. Minhas tentativas não foram bem-sucedidas. Minhas palavras de conforto caíram em ouvidos surdos.
Não que o camarada merecesse qualquer bondade, imagine você. Por causa dele, Denalyn ficou histérica. Por causa do grito, a garagem tremeu. Por que a garagem tremeu, fui arrancado da terra dos sonhos e da minha poltrona e impelido a defender minha esposa e meu país. Fiquei orgulhoso. Com os ombros levantados, marchei para a garagem.
O rato não teve chance. Eu sei jiu-jítsu, caratê, tai-kwan-do e várias outras... hum, frases. Já assisti até a comerciais de autodefesa. Este rato havia encontrado seu par.
Além do mais, ele estava preso em uma lata de lixo vazia. Como entrou lá, só Deus sabe. Eu sei, porque perguntei a ele. Sua única respos­ta foi uma corrida louca em torno da base da lata de lixo. O pobre coitado estava apavorado. E quem não estaria? Imagine, estar preso em um container de plástico, olhar para cima e ver um grande (embora belo) rosto humano. Seria suficiente para desistir de seu queijo.
— O que vai fazer com ele? — perguntou Denalyn, apertando meu braço.
— Não se preocupe, querida — respondi com tal presunção ca­paz de fazê-la desmaiar e amedrontar John Waine. — Vou ser bon-zinho com este camarada.
Então saímos, o rato, a lata de lixo e eu, marchando por um beco sem saída até um local vazio.
— Fique comigo, pequeno, daqui a pouco vou levar você para casa — ele não ouviu.
Você pensaria que estávamos caminhando para o corredor da morte. Se eu não houvesse tampado a lata, o furioso rato teria pula­do para fora.
— Não vou machucar você — expliquei. — Vou te soltar. Você se meteu em encrenca; vou te ajudar a sair.
Ele não se acalmou. Tampouco parou. Na verdade, ele não confiou em mim. Mesmo no último momento, quando virei a tampa no chão e o libertei, ele virou-se para agradecer? Quem sabe convidou-me para visitar sua casinha de rato e tomar um lanche? Não. Ele apenas correu. (Será que foi minha imaginação ou eu o ouvi gritar: "Para trás, para trás! Max, o inimigo dos ratos, está aqui"?)
Honestamente. O que eu teria de fazer para ganhar a sua confi­ança? Aprender a falar ratoês, ter bigodes de rato e rabo longo? Entrar na lata de lixo com ele? Não, obrigado! Quero dizer, o rato era bonitinho e tudo mais, mas não valia tudo isto.
Aparentemente você e eu valemos.
Você acha absurdo que um homem se transforme em rato? O trajeto entre a nossa casa e a lata de lixo é muito menor do que o cio céu para a terra. Mas Jesus o fez. Por quê?
Porque Ele quer que confiemos nEle.
Junte-se a mim neste pensamento. Por que Jesus viveu na terra durante todos aqueles anos? A sua vida não poderia ter sido muito menor? Por que não pisar em nosso mundo o tempo suficiente para 'morrer por nossos pecados e então partir? Por que não um ano ou uma semana sem pecado? Por que teve Ele de viver uma vida? Car­regar os nossos pecados é uma coisa, mas suportar nossas queima­duras de sol, a garganta seca? Para provar a morte, sim — mas suportar a vida? Suportar longas viagens, longos dias e temperamen­tos rudes? Por que Ele fez isto? Porque Ele quer a sua confiança. Mesmo sua atitude final na terra tencionava ganhar sua confiança.
Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede. Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja e, pondo-a num hissopo, lha chegaram à boca. E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito (Jo 19.28).
Este foi o ato final da vida de Jesus. Na conclusão de sua vida terrena, ouvimos o Som de um homem sedento.
E, através de sua sede — através da esponja e do vaso cheio de vinagre — Ele faz seu apelo final.
"Vocêpode confiar em mim. "
Jesus. Lábios rachados, garganta tão seca que não podia engolir e a voz tão rouca que mal podia falar. Ele tinha sede. Para saber a ultima vez em que estes lábios foram molhados, é necessário voltar doze horas até a refeição. Desde o gole naquela taça de vinho, Jesus havia sido cuspido, cortado, humilhado e açoitado. Ele havia carre gado a cruz e suportado pecados, sem beber qualquer líquido para aliviar sua garganta. Ele estava com sede.
Então por que não fez algo sobre isto? Será que não podia? Nào transformou Ele água em vinho? Nào fez uma parede do rio Jordào e duas paredes das águas do mar Vermelho? Ele nào cessou a tem­pestade e acalmou as ondas? Não dizem as Escrituras a respeito dEle: "Converte o deserto em lagos" (Si 107.35) e "converteu o ro­chedo em lago de águas" (Si 114.8)?
Não disse Deus: "Porque derramarei água sobre o sedento" (Is 44.3)?
Então, por que Jesus suportou a sede?
Enquanto fazemos esta pergunta, adicionemos algumas outras. Por que Ele ficou cansado em Samaria (Jo 4.6), perturbado em Nazaré (Mc 6.6), e furioso no templo (Jo 2.15)? Por que dormiu no barco do mar da Galiléia (Mc 4.38), ficou triste no túmulo de Lázaro (Jo 11.35), e teve fome no deserto (Mt 4.2)?
Por quê? E por que Ele teve sede na cruz?
Ele não precisava ter sede. Não, pelo menos, no nível que teve. Seis horas antes lhe haviam oferecido algo para beber, mas Ele recusou.
E levaram-no ao lugar do Gólgota, que se traduz por lugar da Caveira. E deram-lhe a beber vinho com mirra, mas ele não o tomou. E, havendo-o cruci­ficado, repartiram as suas vestes, lançando sobre eles sortes, para saber o que cada um levaria (Mc 15.22-24; ênfase minha).
Antes de o cravo ser pregado, foi-lhe oferecido uma bebida. Marcos diz que o vinho estava misturado com mirra. Mateus o descreve como vinagre com fel. Ambos, mirra e fel, contêm propriedades sedativas que amortecem os sentidos. Mas Jesus recusou. Ele recu­sou-se a ser sedado pelas drogas, optando, ao invés disto, por sentir a força total de seu sofrimento.
por quê? Por que Ele suportou todos estes sentimentos? Porque 0e sabia que você também os sentiria.
Ele sabia que você sentiria cansaço, perturbação, sono, fome e raiva. Ele sabia que você sentiria dor. Se não dor corporal, a dor da alma... Dor muito aguda para qualquer droga. Ele sabia que você sentiria sede. Não só de água, mas sede da verdade, e a verdade que salta da imagem de um Cristo sedento é: Ele compreende. E por Ele compreender, podemos nos chegar a Ele. Não poderia a falta desta compreensão nos afastar dEle? A falta de compreensão não nos afasta das pessoas? Suponha que você esteja passando por dificuldades financeiras. É preciso al­guma direção de um simpático amigo. Você pediria conselho ao filho de um milionário? (Lembre-se que você vai pedir conselho, não empréstimo.) Você consultaria uma pessoa que herdou uma fortuna? Provavelmente não. Por quê? Ele não entenderia. Ele nunca passou por esta situação, assim, não sabe o que você está
sentindo.
Jesus, por sua vez, sabe e pode. Ele já passou pela mesma situa­ção e sabe como você se'sente. E, caso a vida dEle na terra não convença, sua morte na cruz deveria. Ele entende o que você está passando. Nosso Senhor não nos padroniza ou zomba de nós. Ele responde "generosamente a todos dando sabedoria" (Tg 1.5). Como Ele pode fazer isto? Ninguém esclareceu mais o assunto do que o autor da carta aos Hebreus-.
Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nos­sas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem peca­do. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo opor­tuno (Hb 4.15-16).
Por que a garganta do céu foi ferida? Para que soubéssemos que Ele compreende; para que todos aqueles que lutam ouvissem este convite: "Você pode confiar em mim".
A palavra confiança não aparece na passagem sobre o vinagre e a esponja, mas encontramos uma frase que torna mais fácil a confiança. Veja a sentença que antecede à declaração de sede: "Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede" (Jo 19-28). Neste versículo, João nos dá o motivo por trás das palavras de Jesus. Nosso Senhor estava preocupado com o cumprimento das Escrituras. Na verdade, o cum­primento das Escrituras é um tema recorrente na paixão.
Considere a lista:
A traição de Jesus por Judas ocorreu "para que se cumpra a Escritura" (Jo 13.18; leiajo 17.12).
A disputa pelas vestes aconteceu "para que se cumprisse a Escritura, que diz: Dividiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes" (Jo 19.24).
As pernas de Jesus não foram quebradas "para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado" (Jo 19-36).
O lado de Jesus foi traspassado para cumprir a passagem que diz: "Verão aquele que traspassaram" (Jo 19-37).
João diz que os discípulos ficaram atónitos ao ver o túmulo vazio "porque ainda não sabiam a Escritura, que diz que era necessário que ressuscitasse dos mortos" (Jo 20.9).
Por que recorrer às referências bíblicas? Por que, em seus mo­mentos finais, Jesus estava determinado a cumprir as profecias? Ele sabia que duvidaríamos. Ele sabia que questionaríamos. E, não que-
rendo que nossas mentes mantivessem seu amor distante de nossos corações, Ele utilizou seus momentos finais para oferecer a prova de que Ele era o Messias. Ele sistematicamente cumpriu as profecias do Antigo Testamento.
Cada importante detalhe da grande tragédia foi escrito antecipa­damente:
• a traição por um amigo da família (Si 41.9)
. os discípulos que o abandonaram por terem se sentido ofendidos (SI 31.11)
• a falsa acusação (Si 35-11)
• o silêncio diante de seus juizes (Is 53-7)
• a sua inocência provada (Is 53-9)
• a inclusão entre os pecadores (Is 53-12)
• a crucificação (SI 22-16)
• o escárnio dos espectadores (Si 109.25)
• o insulto do descrédito (Si 22.7-8)
• a disputa por suas vestes (SI 22.18)
• a oração por seus inimigos (Is 53-12)
• o desamparo de Deus (SI 22.1)
• a entrega de seu espírito nas mãos do Pai (Si 31.5)
• os ossos não quebrados (SI 34.20)
• o enterro na sepultura do homem rico (Is 53.9)
Você sabia que durante sua vida Jesus cumpriu 332 profecias diferentes do Antigo Testamento? Quais são as possibilidades matemáticas para que todas estas profecias sejam cumpridas na vida de um homem?

1/840.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.
000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.
000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000

(São noventa e sete zeros!)1 Incrível!
Por que Jesus declarou sua sede na cruz? Para colocar uma tábua a mais na rija ponte sobre a qual um incrédulo possa passar.2 Sua confissão de sede é um sinal para todos os que o buscam — Ele é o Messias.
Seu ato final, então, é uma forte mensagem para os cautelosos: "Você pode confiar em mim".
Não precisamos confiar em alguém? E este alguém não precisa ser maior do que nós? Não estamos cansados de esperar que as pessoas desta terra nos compreendam? Não estamos cansados de buscar forças nas coisas do mundo? Um marinheiro que está se afogando não pede ajuda a outro marinheiro que também está se afogando. Um prisioneiro não pede que outro prisioneiro o liberte. Um mendigo sabe que não deve pedir a outro mendigo. Ele sabe que precisa receber de alguém mais forte do que ele. A mensagem de Jesus através da esponja embebida em vinagre é esta: Eu sou esta pessoa. Confie em mim.


Max Lucado.
Ele escolheu os cravos.
Capítulo 12
Editora CPAD.

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